tag:blogger.com,1999:blog-69017201265285493522024-03-05T07:18:25.572+01:00Rascunhos Rasgadosnão faças de conta que existesJ. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-47762426774369484062008-01-28T20:57:00.000+00:002008-01-28T20:59:06.007+00:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5v62imNF6DUKC3kQF1U5hiybtjuMfTBICPzNXolu-qPNegK_UhxI1YvUqEeX12jyRwhAKE-A8lrlRXwn-sNP7iiPc9EA1uIBJQUUHG3KsKOAS02BkaXKACOWnVb7U40L9pwIEsaNhqkJK/s1600-h/mafalda_ind.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5v62imNF6DUKC3kQF1U5hiybtjuMfTBICPzNXolu-qPNegK_UhxI1YvUqEeX12jyRwhAKE-A8lrlRXwn-sNP7iiPc9EA1uIBJQUUHG3KsKOAS02BkaXKACOWnVb7U40L9pwIEsaNhqkJK/s400/mafalda_ind.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5160634798117882210" /></a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-3647762088774954202007-07-21T10:46:00.000+00:002007-07-21T10:55:52.803+00:00Murmuro ao OuvidoTens sido omnipresente em mim. É a tua tez que vislumbro quando me pesam as pálbebras. A ti atribuo a culpa das minhas palavras serem escorregadias. Já nem sei que dizer mais, tenho a verdade cativa na mudez dos meus sentidos. São horas de devaneio contigo na cabeça, num eterno burburinho de incertezas certas. São tremores loucos, estes que me atormentam. Tenho aqui tudo para te oferecer e tenhos os dedos amarrados. Serei eu culpada das minhas amarras estarem apertadas, sufocando-me aos bocados? Estará breve o dia em que deixarei de me sentir confortável na minha cobardia? Ouve... ouve este meu sussurro desesperado, que sopra tímido ao teu ouvido:<br /><br />venero-te...<br /><br />Desde o início. Desde o primeiro dia. Quão ridículo soa este mumúrio?Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-34080109305218558572007-06-30T15:40:00.000+00:002007-06-30T15:54:03.364+00:00SinceridadesIsto é o que tenho para te dizer.<br /><br />Tenho dito que o destino me grita ao ouvido, mas eu tremo de medo. É de ti que tenho medo. Ver-te faz-me subir a um lugar que desconheço e onde não tenho vertigens, mas quando a minha mente trabalha à noite eu desço à terra e a razão abre-me os olhos. Tenho medo de ti, de te ver desaparecer. Tenho medo de ti, de que me recuses. É só de ti que tenho medo.<br /><br />Decorei-te os passos, cada gesto teu, a forma como colocas os pés no teu andar. Baixas a cabeça, tímido, abre os olhos. O casaco sobre o ombro direito, que aconchegas sempre que estou por perto. As mãos nos bolsos, o sorriso escasso... Tomara arracar-te um um dia destes. Um sorriso, desses que reservas para poucos, que irradiam mais mistério e entusiasmo do que aqueles que me despertas.<br /><br />Sempre sozinho, sempre contigo, revelas-te pouco. Não sei se queres ser discreto, se tens medo dos outros, se te sentes pequeno. És algo raro, meio deslocado do nosso mundo. E estás tão perto de mim... tão perto que já te senti o perfume, a respiração, já me sussurraste em silêncio...<br /><br />Dizem-me que sim, que sonho alto, alto e bem. Que tu estás mudo de vergonha de me encarar. Que me queres revelar-te, mas que és um totó (literalmente) que nunca há de lutar por si. E não sei. Não sei mesmo, mas partilho esta certeza com a incerteza. Ela diz-me para ouvir a razão. E a razão tem mais poder sobre mim do que o que me dita a emoção. Por causa do medo...<br /><br />Os teus olhos procuram os meus, mas nunca se veêm. E todo tu mudaste e estás igual. Igual ao que eu quero que sejas. E quero que sejas mais meu do que qualquer outro objecto que possuo. Serei justa contigo, dar-te-ei o espaço que precisas, mas quero roubar-te o coração sem qualquer escrúpulo. Quero que me tenhas cativa no teu mundo, que penses em mim todas as noites, que sonhes comigo e me procures. Dar-te-ei o ombro, dar-te-ei a alma. Dar-te-ei tudo o que me pedires.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-30725398000190419172007-06-22T13:59:00.000+00:002007-06-22T14:08:38.601+00:00<span style="font-family:Arial;color:#cc0000;">Desculpar a jovem. É pequena e ainda não sabe voar. Perde-se fácilmente..<br />Por azar, as ruas tendem a ser torcidas e o trabalho não fica em nada facilitado – que se compreenda..<br /><br />MAL-DIZERES-E-AFINS-MUITO-GROSSEIROS.<br /><br />Não é fácil para alguém assim tão pequeno. O Mundo é estranhamente grande.<br /><br />Entem-me, não entendem? – Espero que sim.<br /> </span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-69292401742053084002007-06-05T14:56:00.000+00:002007-06-05T15:18:34.434+00:00O amor é fodido<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2jrXm-ARHru4HkcMeb83K5OmJV6c1tpe-l6oY32xF-HAOuZAbMLYDcr8kT2IfW9SHIL6mwP9Zzd6MCxnxC2_MEMgmquwEuyeh-EFpgW-rzSxbeUWs8E-FAG2CU_qf9zIe_NmgwH5AHPw9/s1600-h/1113317469164K6F3DxI0ak5oQchO0FXnFT3mq13f0bT9lhhkSXNw.jpg"></a><div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mais uma noite em que acordo a meio de sonhos com ela. A Clarividência dorme no quarto ao lado. Fujo à cozinha e refugio-me num whisky com três pedras de gelo e um cigarro a olhar para a noite lá fora. </span><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Miguel Esteves Cardoso diz que “o amor é fodido”. Quantas vezes pensei que este gajo tinha razão... Não sei se é amor o que me faz não conseguir dormir mas é mesmo fodido sonhar com ela e acordar sem a ver. Pergunto-me onde estará ela... Em que sonhos se perde, de mão dada com quem... Hoje está uma noite escura, nem a lua se mostra. Dizem que quando a lua não se mostra é quando está lua nova. Talvez a razão das minhas insónias seja como a lua e, se ela desaparecer de dentro de mim, então talvez eu tenha uma vida nova. Divago e trinco um cubo de gelo. Dá-me arrepios pela espinha acima, numa dor aguda que não é nada comparado com a dor desta insónia recheada de pesadelos.</span><br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É fodido ter tanto para dar e nada para receber. Um mundo inteiro de sonhos, de possibilidades, de magia que posso oferecer e esforçar-me ao máximo para não se perder. Tenho o coração em saldos. É fodido ter uma tabuleta na alma a dizer: Trespassa-se. Mas também quem quer um coração colado com fita-cola, todo partido de já ter caído tantas vezes? Quem quer uma alma triste de artista? Apregoo a ela. Sou um marroquino a vender afectos para dar. Mas ela não os quer. Ela não tem culpa. A culpa é do amor que é fodido...</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sem querer, acordei a Clarividência... Desculpa, minha amiga... Não consigo dormir. Queres falar de coisas fodidas? Vamos falar de amor ou de tudo o que se pareça com ele, ok? Ela diz-me baixinho que nada é fodido, que as coisas são como são e que Deus escreve direito por linhas tortas. Que Deus? Onde está ele? Onde está a caneta com que ele escreve? Acho que a tinta lhe falhou quando chegou à parte em que contava a minha história.</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Não sejas tonto, diz-me ela. Talvez seja esse o desígnio que ele te deu, andares perdido a gritares apenas para as tuas folhas e para mim, a tua amiga imaginária.</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Eu não quero folhas, não te quero a ti, não quero nada disto! Quero que alguém se preocupe comigo assim como eu me preocupo. Quero que alguém me ouça e que me diga que também gosta muito de mim. E esse alguém és tu, minha amiga, mas não é quem eu quero que seja.</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência volta para o quarto a dizer que eu estou doido. Eu sei... é um estado de doidice que me faz sentir a pior merda do mundo e basta um “bom dia” de alguém para me meter um sorriso nos lábios. É triste. É fodido...</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Volto também para a minha cama. Sei que amanha vai ser o mesmo. Passar a sobreviver à espera de um olhar com mais significado. Um toque que diga que me quer ao pé dela. Uma cara que conheço de cor e que tão poucas vezes vejo. Sempre à espera, passar mil e uma noites à espera de algo que não vem...</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Adormeço para mais um sonho com ela e uma certeza:</span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O amor é fodido...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="center"></p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5072599858463369570" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifGiw8HIH_TMGxj2d3CwtEMP9DzXm6otZlCTVavZqY6joS8Eb0Vm5Pz7ip_-SPSuOJ9Reyzpzd8849d1GLY9YPsFlm4aV9IiYlVnxJ5HP55IsbU97iraaEk-70E_UeHibFiCUz572BRRVg/s320/bkgrose.jpg" border="0" /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></p></div></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-13736666688773581382007-06-04T22:31:00.000+00:002007-06-04T22:32:56.848+00:00Homem invisivel<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Sentei-me num banco da avenida, <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">a observar esta cidade que se diz evoluída. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Vejo a sociedade que, a tentar sobreviver, <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">já perdeu, há muito, a capacidade de ver...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Caminham todos, na pressa dos seus afazeres. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Caminha tu como eles para veres <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">como os Homens já não sabem parar para olhar <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Apenas passam a vida a caminhar... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">E, no meio desta multidão, <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">vem-me aos ouvidos uma canção... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Um pedinte está ali sentado no chão, <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">canta alto e estende a mão. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Todos passam e muitos nem o vêm... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Os Homens têm olhos mas parece que não os têm! <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Apenas passam, passam sempre na mesma avenida... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Não vêm o homem invisível <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">ou chamam-lhe maluco por cantar para a vida... <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Todos passam e alguns riem-se do pobre homem louco.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Outros mandam-lhe uns trocos mas é sempre muito pouco. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Mas ele canta alegre, como se fosse feito de felicidade...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Só eu vejo o homem invisível aqui, no meio da cidade. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="FONT-FAMILY: Georgia"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Todos vêm o vagabundo na margem mas eu vejo-o no centro...<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Todos vêm-no alegre mas eu sei que o homem invisível chora por dentro...<o:p></o:p></span></span></p>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-34487873250012301052007-06-04T19:04:00.001+00:002007-06-04T19:07:02.020+00:00Opressão<span style="font-family:arial;font-size:85%;">É um estado de espírito que ninguém entende. Vejo nas costas voltadas os cabelos soltos de desdém, os olhares escondidos que espreitam pelo canto do olho. Miram devagar, perscutando cada gesto frágil meu. E, de pedregulho preso entre os dedos, escolhem o momento adequado para o largarem sobre mim. E fere e sangra e amachuca. Mas sabe bem lançar uma a uma num suplício que em tudo é igual ao circo romano, onde a degradação humana se mascara de moral e valores e muitos mais argumentos insanos. Detém a verdade quem se julga maior que deus, maior que todas as transcendências do universo que nos reduz a nada. No entanto, ali, a pedra vai corroendo a pele, os ossos, a alma, e deus ri, lépido. Lambe os beiços de olhos arregalados. Tem a sede satisfeita, porque lhe sabe bem sentar no trono que legou a si mesmo. É rei supremo sentado, sóbrio, na sua poltrona tingida a púrpura, que se desfaz sob as suas unhas extasiadas de regalo. Ah, dor! Ah, sangue! Ah, grito! Seco, surdo, embaciado pelas suas crises de riso satírico. O grito ecoa na minha mente torturada e as pedras vão cobrindo-me o queixo, as bochechas, as orelhas, o nariz, os olhos. Foram segundos de chacina psicológica que duraram 50 anos. Deus limpa as mãos às calças e vai embora, de consciência tranquila, cantarolando que fez justiça. </span><br /><span style="font-family:arial;font-size:85%;"><br />No dia seguinte vejo deus encharcado de sangue e areia. Não mais é deus, é um mero animal sem raça desfeito debaixo do olhar do novo ser que o destronou e que ri à gargalhada. Não me apetece rir, mas é doce este feitiço quebrado. Tem um ligeiro aroma a vingança, mas cedo me enjoa aquele sabor. Sinto-me deslavada, a apodrecer por dentro. Aquele deus que foi e já não é obrigou-me a sentir-me bem com o espectáculo gratuito, mas não é isto que quero sentir. Dissipo-me, progressivamente, num espectro leve de matéria e pesado de culpa. Não, decidi que não vou gostar de vos ver chorar, sofrer, sangrar. Decidi que quero fechar os olhos e ser maior.<br /><br />E, talvez, voar.</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-12918530171099358142007-06-02T21:23:00.001+00:002007-06-04T22:31:06.973+00:00Não imaginas...<div><div><span style="font-family:Times New Roman;">Tu não imaginas as folhas que já escrevi</span> </div><div><span style="font-family:Times New Roman;">com poemas, textos e outras tantas coisas para ti...</span><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não imaginas aquilo que acorda dentro de mim</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">quando imagino, todos os dias, como será quando me disseres sim...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não imaginas o quanto eu sofri calado,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">vendo-me a mim próprio a passar-te ao lado...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Tu não imaginas o quanto me doeu</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">quando te disse para tentares ser feliz com outro que não eu...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, tu não imaginas</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">que, por detrás destas cortinas,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">escondo que te queria sempre aqui...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, tu não imaginas o quanto gosto de ti...</span><br /><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, tu não fazes ideia</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">como o meu coração se incendeia</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">quando dizes que sou a tua drageia...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Mas é assim,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">talvez não tenhas sido feita para mim...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Tu não imaginas o quanto eu te queria dizer</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">que comigo não há medo nenhum que possas ter...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não imaginas que já desejei estar morto</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">quando estou aqui sozinho a imaginar-te nos braços de outro...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não imaginas o tempo que espero por uma mensagem tua</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">ou que é em ti que penso quando fumo a olhar para a lua...</span><br /><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Tu não imaginas o quanto eu te tentei esquecer</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">e as noites sem conseguir dormir por não saber o que fazer...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, tu não imaginas</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">que, por detrás destas cortinas,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">escondo que te queria sempre aqui...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, tu não imaginas o quanto gosto de ti...</span><br /><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Tu sabes que comigo não corres perigo</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">e eu sei que nunca me irás ver como mais que amigo...</span></p><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;">Não, formiguinha, tu não imaginas tudo aquilo que não te digo...</span></p><div><br /><br /></div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Times New Roman;"></span></p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 277px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" height="243" alt="" src="http://img134.imageshack.us/img134/8261/8802698img9ax.jpg" border="0" /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"></p></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-80974706351525136872007-06-02T21:18:00.000+00:002007-06-02T21:23:00.855+00:00Outro nível<a href="http://www.portaldojardim.com/artigos/gdesign/iluminacao050107/Finsbury-Avenue-Square.jpg"></a><br /><div><div><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">São 4:30 da manhã. Estou sentado, de pernas cruzadas no meio da estrada, mesmo no centro desta tão conhecida avenida. A cidade dorme toda, nos seus tranquilos sonhos que inspiram os mais audazes. A Clarividência está ao meu lado, sonolenta e irritante, a chatear-me com a pergunta repetida de o que é que estamos aqui a fazer. Peço-lhe, pela milésima vez, calma... Não é hora para te ouvir, minha amiga. Agora quem governa este pequeno mundo sou eu. Espera...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Da sombra da calçada surge o lírico, e sonhador, meu amigo. O meu melhor amigo... Dizem os mais cegos que ele é o que se diz alternativo. Pobres daqueles que não têm alternativas nas suas vidas. Vem apressado e carrega às costas a sua arma de combate no campo de batalha que é esta sociedade: a sua guitarra... Cumprimento-o efusivamente e a Clarividência olha de lado para ele, não o conhece e não lhe inspira confiança. Não sejas tola! </span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Depois de dois dedos de prosa e uns cigarros trocados, o meu amigo levanta-se, afasta-se uns metros pelo negro da estrada e dá uma mija eufórica onde, de manhã e de tarde, passam centenas de carros em velocidade stressante. Ouço o barulho do mijo a chapinhar nos paralelos da avenida... O silêncio é mágico. Se gritar, sei que ouvirei o meu eco para lá da estação...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência está chocada com o comportamento do meu amigo e da minha cara de felicidade. Queixa-se do frio e da iminência da chuva e que quer ir para casa, para o quente da cama. Antes de ir preciso que sintas uma coisa, amiga... Sê paciente...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O meu amigo senta-se ao meu lado e começa a dedilhar acordes na guitarra. O som das notas musicais eleva-se no ar, toca nas folhas das árvores, escala os prédios cinzentos que nos abraçam e, finalmente, voa para a noite nublada, tentando chegar às estrelas... E depois começa a cantar, o meu melhor amigo, o grande inspirador... Baixinho e devagar...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência estremece ao meu lado e olha embevecida. A noite tornou-se mágica. E, como fãs extasiadas, as gotas, duma chuva miudinha e gelada, começam a cair das nuvens. As árvores dançam ao sabor do vento e a chuva torna-se mais forte. O meu amigo canta mais alto e os acordes da guitarra acompanham a melodia da chuva a embater nas pedras da calçada. Encharcado até aos ossos, fecho os olhos, abro os braços e ergo a cabeça para o céu, sorrindo como há muito não me lembrava de sorrir.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O mundo chora e sorri ao mesmo tempo, enquanto todos dormem. Aqui, no meio da estrada, à chuva, atingi o clímax qual orgasmo sensorial... A Clarividência chora de felicidade. Ganhámos asas que não se vêm...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Hoje atingimos outro nível...</span></p></div></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-17906790619873734312007-05-30T22:05:00.000+00:002007-05-31T18:51:59.912+00:00Gritos na Noite<span style="font-family:arial;font-size:85%;">Sei de tudo! Que tens medo de te afirmar e tremes a caneta. Gritas em surdina; tens o mundo preso na garganta. Eu suspiro. Sussurro-te ao ouvido:<br />- O que sucede agora?<br />A história... está desenhada no cérebro e ele trabalha sem escrúpulos. Vomita ideias e tu queres agarrá-las. Ideias aqui, ali, acolá. Ideias, ideias, ideias.<br />- Calma, peço-te. Calma. Tens uma voz dentro de ti a querer falar, abre os lábios e deixa-as sumir para o papel.<br />Árduo, esse trabalho de exprimir as ideias pegajosas, entranhadas nos miolos, suspiras. E o espelho devolve-te um cadáver amorfo, o teu espectro criativo anorético e de pele rasgada... És tu desgastado, com fome de inspiração, de energia...<br />E a Lua vai alta e ri-se de ti. Ela vê-te, sabe-te de cor. Conhece-te dessas longas noites de batalha introspectiva. Tu contra o mundo das ideias; o mundo das ideias contra ti. Puro devaneio sem sangue, mas com suor q.b.<br />- Psiu, chama ela. Psiu! Queres ajuda?<br />Devolves-lhe um esboço do sorriso mágico que reservas para os que guardas na gaveta. Ela torna a rir-se e tu estás incomodado.<br />-Por acaso preciso, anuncias tu. Ah, maldita, fez-te pedir-lhe ajuda. O ego arde dentro de ti. Maldita, maldita!<br />- Não te ajudo, goza-te ela. Tu tens tudo em ti!<br />Onde, onde?<br />- Dentro de ti, algures. Estou a ver, estou a ver! Aí, aí!<br />Aqui onde?<br />- Dentro desse teu corpo que desvalorizas nas horas mortas. Que tal não adormeceres quando sou rainha? Que tal seres rei aqui e comigo? Que tal tentares voar?<br />Nunca te ensinaram a voar...<br />- E quem ensinou todos os outros a voar? A Lua solta gargalhadas sem eco. Repete-se: quem os ensinou a voar? Vá, não é charada nenhuma, é pura retórica!<br />Não sabes nem queres responder. A Lua desaparece no horizonte e tens a folha em branco. Sorris. As ideias estão a desarrumar-te o quarto, divertidas.<br />- Usa-nos, usa-nos!<br />E se a ideia ganhar vida? Escreves no papel. E se eu lhe sentir o pulso, a respiração, o perfume? Acrescentas. E a ideia senta-se ao pé de ti e diz-te:<br />- Usas-me?<br />Está a crescer. A crescer nessas linhas tortas azuis que desenhas cada vez mais vigorosamente, de língua entalada nos dentes. Nasce vida e saíu-te das mãos. És um deus improvisado e efémero, mas não te importa, porque teve o sabor mais intenso e viciante que alguma vez provaste.</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-784910895378064072007-05-20T10:44:00.000+00:002007-05-31T17:49:04.027+00:00Segredo<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><b style="mso-bidi-font-weight: normal"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></b></p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">És tu, formiga...</span><br /><br /></p><span style="font-size:85%;">Guardo em segredo<br />um sentimento que nem sei,<br />pinto, com a ponta do dedo,<br />palavras que nunca te direi...<br /><br />Guardo que espero<br />a chegada de um dia melhor!<br />És tudo o que quero<br />num sonho que sei de cor...<br /><br />Guardo-te dentro de mim,<br />assim como tudo o que não digo...<br />poder ser mais do que teu amigo<br />é uma esperança sem fim...<br /><br />Guardo um segredo que tem o teu cheiro,<br />perco-me em lembranças, aqui em Aveiro.<br />Não te digo nada porque tenho medo<br />de ser demasiado tarde ou ainda ser cedo...<br />Tu és o meu segredo...<br /><br />Guardo uma perspectiva de futuro<br />que ainda não chegou...<br />No segredo do escuro<br />acordo um sonho que não se realizou...<br /><br />Guardo, cá no fundo,<br />o que o teu olhar me fez<br />e, dentro do meu mundo,<br />escondo lágrimas que nunca vês...<br /><br />Guardo noites de insónias<br />a pensar se estarás nelas comigo...<br />Todos as horas que passei contigo<br />estão em segredo nas minhas memórias...<br /><br />Guardo um segredo que tem a cor da tua pele,<br />perco-me em confissões para este papel.<br />Não fazes ideia de como te queria fazer feliz<br />mas nunca chegou tudo o que fiz...<br />Tu és o segredo que nunca quis...<br /><br />Guardo, para sempre, o dia em que te conheci.<br />Este é o poema que nunca te escrevi<br />e o meu segredo é gostar de ti...</span><span class="gensmall"><br /></span><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"></p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5066592835269928866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 141px; CURSOR: hand; HEIGHT: 121px; TEXT-ALIGN: center" height="249" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRf4jv4uO-t6nzWWdcg4zRKokh2lCRhfq9f-5iWKV6U91kBWA9UMlHnfxDkyHyTRs5Pl8rgK77gJ-mTxu8sKKesuSpnd5uTvz1BW4go61R9v9HAhKAiB7I11cl07AnRLpHNKrTJeL5bjq/s320/1113317469164K6F3DxI0ak5oQchO0FXnFT3mq13f0bT9lhhkSXNw.jpg" width="197" border="0" /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-39684602673533541872007-05-14T20:48:00.000+00:002007-05-14T22:12:18.069+00:00DivagaçãoPorque não existo nas tuas horas quentes, morro afogada. É tortura silenciar-me enquanto te vigio, enquanto te mantenho cativo sob este meu tímido olhar cobarde. Passas abstraído - embora te julgue meio apaixonado... Mas é deste mundo de ilusões que me quero evadir. Elas são rudes, chocalham-me sem dó. E pisam-me a alma no fim. Tenho medo, uma vez mais, de cair no buraco errado e ficar às escuras de novo.<br />Mas és tão maravilhosamente doce, tão encantadoramente tímido, que receio que nunca tenhas a coragem para me sorrires... E será que, lá no fundo, somos mais iguais do que os nossos olhos veêm?<br />Tenho-te cá dentro.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-52214513129846244932007-05-13T12:47:00.000+00:002007-05-13T12:56:57.580+00:00Memórias de TiUmas das mais intrigantes personagens que se atravessaram na minha vida foste tu. Nunca percebi muito bem qual era o teu nome; mais tarde percebi que tinhas vários. Todos se sentiam desconfortáveis a teu lado e, simultaneamente, fascinados com o talento depositado na arte de viver. Eras, meramente, um artista. Nunca te vi expressar outras emoções se não as positivas. E quando tu rias, enchias a sala que, subitamente, emergia num silêncio curioso. Nunca compreendi se as pessoas te adoravam ou te invejavam. Eu nutria por ti uma espécie de amálgama de emoções positivas e negativas: via em ti um modelo que invejava em simultâneo.<br />Eras estranho. Todos comentavam quando atravessavas a rua. Apontavam a tua figura intrigante que se passeava absorta pelas avenidas. E os carros paravam para te ver atravessar, mesmo quando o vermelho brilhava no semáforo. Quando te sentavas entre nós e deixavas escapar um murmúrio, o mundo emergia num silêncio compenetrado para te ouvir. Eu ouvia-te. Por vezes ouvia-te na minha cabeça, nas noites de insónias. E, aos poucos, comecei a sentir. Sentir. Algo que não conseguia conciliar com nada. Não era amizade. Não era compaixão. Não era amor. Eu via-te e não sentia o entusiasmo dos outros. Eu via-te e não tinha saudades tuas. Eu via-te e sentia. Algo que não sabia o que era. Fazias-me sorrir contantemente. Mesmo quando estava triste. Acho que era isso. Via-te e apetecia-me rir às gargalhadas. Rir até me doer o abdómen. Rir sem parar. Rir com prazer. Expressar o cume da minha felicidade através do meu riso interminável.<br />E, subitamente, vi-te desaparecer. Bastou fechar os meus olhos e tu nunca mais voltaste. Em vez de rir apetecia-me chorar. Chorar. Chorar. Chorar. Chorar lágrimas. Lágrimas que me queimassem com a sua acidez. E quando perguntei por ti, ninguém soube responder. O mundo emergiu num profundo silêncio de dúvida e compaixão. E anoiteceu na minha vida esvaziada. Ou o sol eclipsou-se.<br />Até que um dia te descobri. Sepultado nos teus próprios medos. Senti o nada. E uma brisa fria que me congelou os sentimentos. O meu corpo entorpeceu numa inércia descabida. As minhas mãos balouçaram ao sabor da brisa.<br />Foi aí que percebi que nunca te tinha dito nada. E era tão tarde. Tão tarde.<br />Para onde fora toda a energia? Toda a emoção de iniciar um novo amanhã? Estavas tácito no teu espaço, vítima do destino. E eu fui consumindo-me aos pedaços. Cada pedaço de mim caía sobre as raízes dos ciprestes. Um aroma a decesso planava em meu redor. Apetecia-me correr. Para longe, para lado nenhum. Apetecia-me naufragar numa ilha perdida nos oceanos. Apetecia-me voar pela galáxia, procurar outro planeta. Este planeta perdera toda a sua potencialidade.<br />Contaram-me que perdeste a coragem. Afinal mentiste-me. Mentiste-nos a todos. Tu tinhas medo. Medo de ti próprio e de toda a tua arte. Falhaste. Porquê? Porquê lançares-te em busca de conforto longe da vida? Não era ela que te dava toda esse talento? Não era ela que fazia virar as atenções todas para ti?<br />Eu estava apaixonada por ti. Por tudo aquilo que representavas. Tu representavas o que eu nunca seria: um ser livre. Eu sempre me senti presa às fraquezas do meu espírito. Não respirava o mesmo ar que tu. Eu tinha os defeitos da humanidade. E tu não tinhas. Não tinhas, pois não? Não podias ter. Não tinhas.<br />E sucumbiste! Às tuas próprias mãos? Julgavas-te Deus? As tuas mãos não deveriam tirar, mas criar vida. Tu deste-me esperança. Deste-me vida.<br />Agora acabou.<br />Obrigado por me teres assassinado. Vejo-te amanhã.<br /><div align="right"></div><div align="right">27 de Agosto de 2005</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-51587913165879329822007-04-26T17:55:00.000+00:002007-04-26T18:01:28.419+00:00PS<span style="font-family:arial;">Quando paramos para pensar, é quase inevitável questionarmo-nos pela razão da nossa existência.<br />Sabemos que vivemos segundo a nossa consciência. O nosso medo é perdermo‑nos na escuridão e o nosso conforto é conseguir ver uma estrela e pedir-lhe um desejo. Mas ainda que ele não se realize, ficamos eternamente à espera, não sentados, mas culpados, desiludidos, iludidos. Onde param os verdadeiros?<br />Fui eu quem fiz as minhas escolhas. A minha raiva vai ficando entregue a folhas, ora por palavras ora por traços, seguindo um pequeno instinto ordenado. E mais uma vez paramos para pensar e ouvir.<br />O nosso passado foi muito deambulado e influente. O tempo vai passando. E quando é altura de começar a construir o presente sentimos na pele que milagres não existem (se existem, então deixo para os outros conquistarem).<br />E então sentimos que é altura de arranjar um esconderijo. Sem nunca nos esquecermos da janela do teto, das estrelas e da lua. O refúgio é a noite, o sono e o sonho. E quando acordamos, o reflexo é abrir a janela. Mas sempre nos esquecemos da claridade do dia que nos consegue cegar e da vertigem do seu silêncio. Lembramo-nos dos que fomos abandonando, mas dos quais nunca nos esquecemos. Dizemos alto, com esperança que eles nos ouçam, que por aqui está tudo bem, apesar de presa a sentimentos antigos e a novos, que com receio nem tentamos alcançar.Ainda não desisti, mas não posso ser melhor que o meu tempo. Agora que regresso à casinha com a janela no tecto e, espero, que o dia tenha partido, fico espantada com as coisas que vi, sem dialéctica, coisas fugidias, esboços apagados.</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-70293214134121159802007-04-24T22:24:00.000+00:002007-04-24T22:44:04.087+00:00PessoasVêm e vão. Feias, sujas, baças. Vêm e vão. Trazem certezas no saco, mas andam perdidas nos corredores da vida. Andam cegas - ou usam palas? Hipócritas! Sorriem sem mexer os lábios. Custa-lhes. Nada mais fizeram na sua efémera presença material do que devolver os músculos hirtos. Vêm e vão. Entediadas. Carregam o peso da ausência de espírito. Arrastam-se, arrastam-se. Ah, ah, ah. Eu rio-me delas, coitadas. Vazias, ocas. Ignoram tudo, mas conhecem algumas palavras que usam à toa. Defendem-se dos outros - ou de si próprias. Os outros, os outros. Os outros que nos ferem a pele sensível. Malditos dos outros. E as pessoas vêm e vão, baloiçando solitárias na sua inconsciência. Não são mais que folhas secas de final de outono, que quebro sob as solas frias dos meus sapatos. Elas sabem lá, coitadas, que o mundo é mais profundo do que dois metros de espessura. Ar, ar. Ar azedo, frio, ácido. Sai-lhes por entre os dentes, mas elas fazem dele poesia. E escrevem, anotam. Assinam por baixo. Vêm e vão. Imortalizadas por tudo e por nada. Encontram em si autoridade para se fazerem rainhas. E padecidas são meros sopros que o vento leva. Leva, leva, leva. Um dia não sobra nada. E eu suspiro de alívio. As pessoas vêm e vão.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-31835124835313211412007-04-24T14:14:00.000+00:002007-04-24T14:28:28.723+00:00Marioneta<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Todos esperam às escondidas,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">todos sorriem tão devagar</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">um momento das suas vidas...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Senhoras e senhores, o espectáculo vai começar...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Todos aplaudem o vagabundo</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">que tem a palavra “vida” na testa,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">da bancada até lá ao fundo...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Palhaço que, mesmo triste, faz da vida uma festa...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Cínico, levanta o braço...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O que vem, quem acerta?</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Saber de que vida é o palhaço</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">que mostra à multidão uma pequena marioneta...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Larga-se o instrumental,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">vê-se o boneco mexer</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">e quase que parece real...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Gente a aplaudir o que nunca conseguiu perceber...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Vão todos escutar</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">o que a marioneta diz</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">na sua maneira de falar...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ironia de sorriso que aparenta mas não é feliz...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">“Todos riem da piada, é verdade...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mas quem finge ser brinquedo?</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Quem é humano na realidade?”</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Abrir os olhos sempre meteu muito medo...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">“Cada palavra que eu digo...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Nem sou eu que estou a falar!</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É o Palhaço Vida, meu amigo...”</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Linda marioneta, tão frágil que começa a chorar...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Teatro do mundo, palco de ti, é vida no controlo com cordas de aço...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Não te iludas, somos marionetas mexidas pela vontade de um palhaço...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sim, podes rir</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">e aplaudir...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Avança o pequeno homenzinho...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Fez soar a sua vontade,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">mesmo pequeno e sozinho,</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">mesmo agarrado a fios mostra que quer liberdade...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E vem um acorde de piano...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E o fragor duma guitarra...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Um silêncio e cai o pano...</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Morreu a marioneta que não se fez à vida com garra...</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><a href="http://www.somvprahe.sk/files/images/marioneta.bmp"></a><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 187px; CURSOR: hand; HEIGHT: 271px; TEXT-ALIGN: center" height="327" alt="" src="http://www.somvprahe.sk/files/images/marioneta.bmp" border="0" />J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-42189173940113548502007-04-14T22:10:00.000+00:002007-04-14T22:11:02.291+00:00<span style="font-family:arial;color:#000000;">Cada instante é um ponto ínfimo que resumo a parte vivida de um tempo sem fim.<br />Como conseguir respirar sem sentir todo o peso do passado? Vivemos como prisioneiros…</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-61021761459365344942007-04-12T15:44:00.000+00:002007-04-12T15:45:42.765+00:00entre<span style="font-family:arial;">Por entre ruas e curvas infinitas,<br />casas e portas miúdas,<br />Por entre lados e bocados desfasados.<br /><br />Tu, aí, sentado e discreto,<br />sobre as tuas ideias estreitas.<br />(entretidas por entres vazios)<br /><br />Por entre tudo e aquilo,<br />Entre aqui e agora,<br />Entretém-se quem por entre passa<br />e por entre receia se ir embora.<br /><br />Entre uma ideia e uma palavra, uma imagem.<br />Entre mim e ti, um dia.<br />E um dia, </span><span style="font-family:arial;">entre o Mundo</span><br /><span style="font-family:arial;">e o fundo de quem por entre se perdeu.</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-25846053057013867572007-04-10T22:51:00.000+00:002007-04-10T23:11:36.857+00:00InsóniasTenho comichões à noite. Comichões na alma. Dou voltas na cama, procurando consolo no sono, que perdeu, novamente, a boleia da brisa lunar. De olhos fechados tento sonhar. Voar, voar alto, e sentir o que este mundo azul não deixa. Eu tento. Em vão. As comichões persistem, torturam-me, lépidas. Espremem de mim todas as memórias que esqueci durante o dia. Gritam, soltam gargalhadas que ecoam nas paredes do cérebro quebrado. "Sophia!, não te esqueças. Sophia!" São maiores do que eu e tenho medo. Anda, sono, anda cá e aconchega-me, sussurro. "Sophia!" E elas gritam e saem pela janela. Encendeiam-me a retina, dançando sem pudor. Seguram-me pelos dedos e sugam-me a comichão. Coçam. Coçam. Coçam e eu sangro. Dor. Maldita dor que me embalas. Passo a noite debatendo-me com as vozes da minha cabeça.<br />E o sono esqueceu-se de chegar.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-2402400284657618242007-04-04T19:42:00.000+00:002007-04-04T19:45:49.064+00:00Entre o dia e a noite<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtT0fnUAjwGJp-snncS8xzgxYte-0rDvIQOv22t2FzHycJrlADULcXtGEh2IQ2sTouJNMdUNN09Las_9dvrZYyS52JFKbblQklmpS-aFoCwywBH0xA6OuFAGd2Qdh6STGOd4zTPEHaVXHB/s1600-h/20011211-aceofhearts.jpg"></a><br /><div><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Passou um minuto. Ver como um minuto se escoa no lusco-fusco, onde não existe noite mas também não existe dia, é mágico. Não gosto do lusco-fusco. Embebeda-me os sentidos, deixa-me melodramático e pensativo no nada.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Olho pela janela do meu quarto (talvez diria melhor “do meu mundo”) e contemplo os tons vermelhos e rosas que se fundem num azul que fica cada vez mais escuro com o passar dos minutos. Outro minuto passou. A Lua olha nos olhos do Sol, pela primeira vez no dia, e manda-o descer no mar. Devagarinho, o tempo vai escalando o horizonte, tornando-o preto na sua escalada. Mais um minuto. Morreu o Sol, caiu o rosa e o vermelho. Mil e uma luzes afirmam-se no céu negro, como coveiros do grande brilho, macabras e impiedosas assistentes do funeral. Mais um minuto. O exército da lua vigia os humanos cá <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /><st1:personname productid="em baixo. O" st="on">em baixo. O</st1:personname> lusco-fusco.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência fugiu a esconder-se. Ela também não gosta do lusco-fusco. Diz ela que "não é vaca nem boi". Dá-lhe dores de cabeça. A pobre coitada nunca viu Deus a pintar. Só quem assiste ao entardecer e ao pôr-do-sol é que não se ri quando eu digo que Deus é artista.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Como eu detesto o lusco-fusco.</span></p></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-22262790568871531222007-04-04T11:54:00.000+00:002007-04-04T11:59:05.895+00:00Peter Pan<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU-Jchv5weJgOWGdcERcUMwqqTqPM00KhXSpGkg_pG3zk7AQmkYytis4ZP8eSOQZ1IFmRF_ooFLi2rw5d-3Wc9Z-7fsGF6FItkirncAmPtyrMYD888ShieYa0VVAGTUh4S4RYmYeGqEz2V/s1600-h/20011211-aceofhearts.jpg"></a> <span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">De pé, na ilustre varanda soturna do meu apartamento, contemplo a cidade, uma cidade que chamo minha mas que não o é.</span></span> <div><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência está no meu quarto, podre de bêbeda de ideias contraditórias e de soluções impossíveis. Os nossos serões são assim, passados a beber shots de utopias e quimeras impossíveis de atingir. Depois, bêbedos, agarramo-nos um ao outro, a chorar devido à puta da bebida. Choramos porque existem essas tais utopias que são mesmo impossíveis de realizar.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Deixa-a lá estar! Estou tão bem aqui sozinho, no meu canto... Ninguém imagina como uma varanda e uma noite podem fazer a diferença. Ou se calhar até imaginam e há por ai alguém como eu. Não sei... se estiver sozinho digo para mim mesmo que “mais vale sozinho que mal acompanhado” e elevo a minha moral, numa atitude fingida de quem está bem com a vida (já estou habituado).</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Divago com os olhos afogados nos prédios, nos carros, nas ruas, no cão do vizinho que caga descontraidamente no jardim, naquela mulher que passa, neste cenário pequeno de varanda. Penso no melhor filme que me definiria. Pergunta infantil e estúpida de quem não tem mais nada que fazer. Eu até tenho que fazer, por isso, vou fazer esta pergunta a mim mesmo. Já fiz. Não se faz nada. Quem diz que fez, é um cão mentiroso. Há coisas que não se fazem, sentem-se. Meu Deus (sim, larga lá o que estás a fazer e ouve aí) como eu sinto! (ok, volta para o teu mistério).</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Do alto da minha varanda sinto-me como um Peter Pan de calças de ganga e casaco de cabedal, brinco na orelha, perdido na minha, só minha, Terra do Nunca, o meu paraíso onde não se tem medo de crescer, onde existem tais coisas impossíveis que estaria aqui até ao Apocalipse a descrevê-las. Eu sou assim, o eterno insatisfeito miúdo, dentro duma casca de Capitão Gancho, de cigarrilha com sabor a baunilha, com umas mãos que já escreveram muitas letras e rasgaram muitas folhas e também suportaram o peso da minha cabeça baixada nas horas mais difíceis. Ninguém me conhece! Ninguém sabe como é ser eu! Ninguém se importa! Olhem a minha cara de preocupado. Dou mais um bafo na cigarrilha, como brinde seco a isso!</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E continuo de pé na minha varanda. Poderia ser muitos filmes, não só o do Peter Pan. Pergunta, para além de estúpida e infantil, pode ter várias respostas. Não penso mais no assunto. Que ressaca que a Clarividência vai ter amanha! Existem tantas coisas que um gajo pode pensar enquanto fuma calmamente numa noite silenciosa e mágica. Vai mais uma passa?</span></p></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-68778365314505873792007-04-02T11:38:00.000+00:002007-04-02T11:43:15.566+00:00Prioridades<a href="http://luisapaula.com.sapo.pt/Blog/Nuvens.gif"></a><br /><div><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Dia calmo e sem pressa numa tarde que se mostra lenta e merdosa. Estou no meu quarto, enterrado no sofá azul que reflecte a cor do meu espírito momentâneo. Trocava, agora, o meu império de folhas de rascunho por um café e um cigarro que me dêem a tranquilidade impossível. Triste vida a de pobre na classe média. </span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tenho que trabalhar mas não me apetece. Haveria quem dissesse ao ler a ultima frase que “a mim também não me apetece muita coisa e tenho de fazer...”. E é nesta estúpida frase, tão cheia de lógica racional e empreendedora, que eu chamo a Clarividência que dança lá fora, despreocupada e indiferente ao mundo mecanizado que lhe passa diante dos olhos. Ela demora a vir ter comigo e não me diz nada quando entra no meu quarto. Senta-se na borda da cama, indiferente ao meu estado de espírito melodramático. Não levo a mal... A gaja já me conhece e sabe que isto passa rápido.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ei-la pois, minha barata amiga (não tenho posses para amigos caros), a questão fulcral que me faz meter os dedos pelos cabelos e gritar de boca fechada. “A mim também não me apetece muita coisa e tenho de fazer...” Porquê? Porque raio tenho eu de trabalhar? Porque carga de água tem a sociedade de se esfalfar noite e dia para garantir o tão aguardado bem-estar? Porque é que a suprema felicidade só se atinge tendo algum dinheiro no bolso? E porque é que esse dinheiro só lá nos cai se tivermos de trabalhar para o ganhar?</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A Clarividência levanta-se e manda-me um estalo! Grita comigo, a histérica, e diz que eu não posso querer um mundo utópico e paradisíaco em que nada é ganho com esforço. Grita e berra, e berra alto, que o mundo em que eu vivo de vez em quando só serve para me distorcer os sentidos e procurar respostas impossíveis para perguntas sem razão de existir. Depois põe-se a bater com a cabeça na janela, a maluca, enquanto eu penso no que ela disse.</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Talvez ela tenha razão. Claro que tem razão ou então não era a Clarividência! Se eu continuar a imaginar o mundo utópico e não viver no mundo real, o meu futuro sussurrar-me-á ao ouvido que eu estou literalmente fo… (quebra na paragem de susceptibilidades). É pena que assim seja e que quem vigie os alicerces da Terra não seja sonhador como eu. A civilização não evoluiu a partir de utopias e quimeras, que são mais “quimerdas” para os grandes reis da Babilónia, esses grandes senhores que dizem que o mundo lhes pertence sem saberem que nós é que pertencemos ao mundo. Já estou como um dado amigo meu que diz que “isto é a humanidade rasca e pobre de ideias, vista a olho nu. Se Adão soubesse no que isto ia dar, só tinha fodido a Eva no cu.”. Mas, indo por aqui, começaria a divagar e a Clarividência já adormeceu em cima dos meus livros. E baba-se, a porca!</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Saí do sofá e abri o portátil. Rio-me das prioridades materiais que um gajo tem de fazer na vida. Vou continuar o meu trabalho. Não me apetece mas a mim também não me apetece muita coisa e tenho de fazer. Ai, como é fácil ser humano...</span></p></div>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-11463889952429155502007-04-02T08:23:00.000+00:002007-04-02T08:34:27.409+00:00Dias não são dias sem ti<p align="right"><span style="font-family:arial;">Dias não são dias sem ti.<br /><br />O céu não transparece o mesmo dourado.<br />O chão não reflecte a mesma alegria.<br /><br />Deslumbro-te por recordações.<br /><br />Cheiro-te e toco-te por instantes perdidos.<br /><br />Sinto-te e não te sinto.<br /><br />Não te vislumbro mais deste refúgio encantado.<br /><br />Nesta manhã, o dia não quer nascer.<br />O dia não quer ser dia sem ti.<br />O mundo adormeceu.<br /><br />Junto-me a ele. Deito-me (contigo). E sonho com o nada.</span></p>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-54019500493063265222007-04-01T19:58:00.000+00:002007-04-01T20:20:58.253+00:00Encarcerado<p align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span> </p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado não posso fugir...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Também não consigo dormir.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ouço o som dos ferros</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">afogado pelos meus próprios berros...<br />Algemas sem respostas,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">correntes marcam-me as costas,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">manchas de tempo, de sangue na parede...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Bebo sonhos e morro de sede.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Vejo as estrelas pela janela,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">deitado no escuro da minha cela...</span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Não caías, mano, aqui</span> não há luz,</span></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Hoje Satã fuma com Jesus,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Estou preso e enjaulado...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Inocente ou culpado?</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Diário da vida dum encarcerado...</span><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Estou encarcerado e não me deixam sair.</span></p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Nunca aqueles portões se vão abrir...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado só penso em fugir...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado no mundo em que vivo,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">sorrio todos os dias sem motivo...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado, chama-me fugitivo!</span><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Neste mundo sou forasteiro...</span></p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado, o dia inteiro,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">as paredes cercam-me o corpo.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Estar vivo e sentir-me morto...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Ferro contra carne, a agonizar...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sem asas não me deixam voar.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Chama-me anjo negro caído.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Preso, encarcerado, perseguido</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">por fantasmas de rascunhos.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Preso pelos punhos,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">cordas de medo rasgam-me a pele...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Dá-me uma caneta, uma folha de papel.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Dou-te tudo o que tenho, é mesm´assim...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Já conheci o início, mostra-me o fim.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado, não há fuga para mim...</span><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Estou encarcerado e não me deixam sair.</span></p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Nunca aqueles portões se vão abrir...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado só penso em fugir...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado no mundo em que vivo,</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">sorrio todos os dias sem motivo...</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Encarcerado, chama-me fugitivo!</span><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><o:p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></o:p></p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Chama-me fugitivo...</span><br /><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:Times New Roman;"></span></p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 194px; CURSOR: hand; HEIGHT: 131px; TEXT-ALIGN: center" height="144" alt="" src="http://www.claudiocaprara.it/blogs/bloggerarchimg/claudiocaprara/carcere.jpg" border="0" /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p>J. Estimahttp://www.blogger.com/profile/15167828720039192235noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6901720126528549352.post-7993015824519702332007-03-31T16:28:00.000+00:002007-03-31T16:38:36.127+00:00Cartas a Ti<div align="right"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#999900;">14 de Dezembro de 2003</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#999900;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#999900;">Ás vezes, quando nada mais há para fazer, sento-me a pensar. Tenho tempo para o fazer e não me canso. Olho em redor. Não tenho mais para onde olhar. O que vejo varia. Se a minha mente estiver confusa, tentanto misturar azeite e água numa batedeira, o que se estende à minha frente nada mais é do que algo sem nexo, sem beleza, sem entusiasmo. Se eu estiver com um júbilo evidente, tudo em meu redor se assemelha a um carnaval de vaidades. Porém, há dias em que me apetece chorar e quando olho em meu redor sinto uma vontade imensa de me sentir conforme o que vejo.<br />Céu azul, liberdade. Pareces um pássaro sem rumo, guiado pelas brisas matinais. Céu estrelado, grandiosidade. O mundo torna-se teu, como se tu vivesses numa redoma de vidro infinita. Céu enevoado, amargura. Se estás tu e o pálido assustador do céu, parece que o teu espaço é limitado. Parece que, se esticares um dedo, ele irá arranhar esse tecto frio e espectacular.<br />Mar calmo, transparente, sincero, diáfano. As águas parecem mais quentes, sem segredos, sem mistérios, mas cheios de vida e de pequenos pormenores que os teus olhos nem acreditam. Mar bravo, escuro, profundo. Misterioso, abranda e enfurece sem tu saberes porquê. Se te calares e o ouvires murmurar ficarás a saber alguns dos seus inúmeros segredos.<br />Da mais pura pétala branca de um malmequer, até à negra pétala do príncipe negro (rosa), tudo tem alma. Tudo tem um aroma, um murmúrio, uma textura. Se te deitares num grande campo de flores ouvindo o seu silêncio não te sentirás jamais sozinha.<br />Cada partícula do ar que respiras quer ser sentida com todos os teus cinco sentido. O teu sexto sentido será essa capacidade que tens para os viveres. Cada rasgo de sol, cada sinfonia abafada, cada perfume sem dono, cada folha perdida no passeio, casa pingo de humidade, cada estrela no céu, cada grão de areia, cada onda vinda do longínquo mar, cada lágrima num rosto sem respostas, cada mão que te dão, cada ser que se cruza contigo, cada sussurro do vento, cada coisa neste mundo tem algo para te dizer.<br />Sabes viver? Consegues viver?<br />Viver é um desafio. O maior de todos os que a vida te oferece. Passas a vida a preocupar-te com coisas que não te interessam e, de repente, chegas à conclusão de que ainda não viveste nada. Ainda vais a tempo.<br />Vive cada dia. Vive só tu e a Natureza. Vive só tu e o teu Mundo. Vive só tu e os outros são figurantes.<br />Basta ouvires o teu coração.</span></div><div align="right"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="right"></div>Unknownnoreply@blogger.com